segunda-feira, 27 de maio de 2013

Longe Demais da Capital

Está frio aqui. Não gostaria de buscar uma coberta para me tapar, porém, sinto frio. Convenço-me que devo sentir o frio aqui.
Esse lugar... Nunca pensei que chegaria aqui com menos de trinta anos. Já fui mais convicto nos sonhos meus, admito.
Mas, o motivo por estar te escrevendo, é que eu preciso dizer que, viver aqui foi tudo o que eu sempre quis. Abrir a janela e ver o canal foi o que eu sempre imaginei quando eu acordasse a primeira vez aqui. Admito: a primeira vez foi encantadora; digo, os segundos da primeira vez, porque logo vi que não estavas ao lado meu, vi que a tua boca não estava perto da minha, vi que os teus olhos não estavam ali para eu apreciar.
Percebi que tu estavas longe.
Percebi que tu não existes mais.
Percebi que estou ficando louco, que ainda estou amando alguém que já se foi... Pergunto-me se um dia tu já deveras existiras além dos devaneios meus. Talvez... Mas, volto a acreditar que, não posso estar louco, não posso entrar num hospício por conta disso, não posso amar alguém que nunca passou de uma pessoa ideal pra mim num plano B.
Responda-me, que culpa tenho eu, se todas não são iguais a ti?
Responda-me, que culpa tenho eu, se só quero o amor teu?
Responda-me, por favor, ou cala-te.
Os meus amigos já me disseram que não sabem o que eu vejo, depois de muito pensar, cheguei ao impasse. Eu não sei mais se te vejo, se tu existes, ou se estou mal de amigos.
“Lunático”? Que se dane.
Eles perguntam “Quem é essa guria que tu tanto falas?” Eu digo que é o amor da minha vida, que por ti morreria.
Eles não acreditam, mas eu insisto. Insisto por ti, minha querida. Insisto por nós. Insisto pra ver até onde o meu coração aguenta.
Decidi voltar pra casa, já não aguento mais de tanta saudade, não sei como pude passar um ano longe de ti. Eu estou longe demais da capital, tu sabes. Vê se me espera, na tua rua, na nossa lua ou até nua, mas, me espera que um dia eu hei de chegar.
Veneza não é uma festa. Não sem ti.

Até logo, Anita.

domingo, 12 de maio de 2013

Não Seguir a Canção

Como diz a canção: "A gente sempre deixa de cuidar do que já tem na mão."

Tu bem sabes de como sou descuidada vezenquando.
Descuido meu, não te dizer "eu te amo" todos os dias.
Descuido meu, não te dizer que tu és a mulher mais extraordinária que eu conheço e conhecerei durante toda a minha vida.
Descuido meu, não te dizer que tu és a pessoa mais importante da minha vida.
Descuido meu, dizer que lírio é a minha flor preferida.

Descuidos passados.

Farei agora os devidos cuidados:
Te digo hoje e sempre: eu te amo, mãe.
Te lembro hoje e sempre: tu és a mulher mais extraordinária, mãe.
Te digo agora e sempre: tu és a pessoa mais importante da minha vida, mãe.
Percebo agora e lembrarei sempre: que Rosa é a minha flor preferida.

Que tu não és mãe, que tu és A mãe.
Que tu, minha Rosa, és a minha preferida.

Eu te amo, minha Rosângela.
Eu te cuido, minha Rosa.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Primaveril


"Eu abro mão da primavera por nós dois".

Nunca vi graça na primavera. Aqui pelo menos não há aquela exuberância de flores como nos filmes.
Nunca vi graça numa coisa que intitulam "amor". Aqui pelo menos não há aquele amor cinematográfico.

Mas, depois do inverno, o melhor chegou: tu.
E, contigo, a primavera ficou de plano de fundo pra ver os nossos melhores momentos.
Cinematográficos? Sei lá. A primavera me deixou meio perplexa.

Como ver graça em uma coisa em que ridicularizei minutos atrás?
Como ver graça nas mesmas flores das outras estações?

Acredito que tenha aprendido a graça das flores.
Acredito que tenha acenado para o amor.
Acredito que algumas coisas vêm para o bem:

Primavera é época de te ter de novo.
Primavera é época de lírios, meu bem.