quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dilan

Meus olhos estão pairados nos seus,
mas, meu radar está fora do ar.
Cada olhar vazio que é transmitido aos céus
é um mistério que se decodificará.

Tu não me feres com o vazio da escuridão,
me fere com o teu olhar de distração.

Eu queria poder alcançar as nuvens,
mas, quase não tenho vinténs.
Mil corações despedaçados e remontados.
Nenhuma descoberta, nenhuma escolha.

Tu não me feres com o seu senão,
me fere com o teu olhar de distração.

Vou deixar previsto em quadros,
mas que deixam rolarem os dados.
Quando tu fores dormir, se recolher,
só então tu vais ver o que sempre quis ter.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Para Azuis

Quando nasci, um anjo anil
desses que vivem em azul
disse: Vai, Luísa! ser azul na vida.

Os pinceis espiam as cores
que correm atrás de telas.
A tela talvez fosse azul,
não houvesse tantos artistas.

O museu passa cheio de artistas:
artistas azuis, artistas celestes.
Para que tanto artista, meu Deus, pergunta a tinta.
Porém meus dedos
não pintam nada.

O homem atrás da obra
é azul, sério, simples.
Quase não pinta.
Tem poucas, raras tintas
o homem atrás da obra.

Meu Deus, por que me pintaste
se sabias que eu não era bela
se sabias que eu era azul.

Tela tela vasta tela
se eu fosse ela
seria uma rima, não seria uma tela;
tela tela vasta tela
mais vasta é a tinta.

Eu não devia te pintar
mas essa lua
mas esse azul
botam a gente comovido com a tela.