quarta-feira, 25 de julho de 2012

Sem Braços Cruzados

Quando estávamos vendo o pôr do sol
Eu inclinava à minha cabeça no seu ombro
E, tu me achavas tão Lily
Mesmo parecendo mais Johanna.

Mesmo querendo ser mais eu
E, te ter mais um pouco
Afinal, um pôr do sol
Era raro e coisa de louco.

O que era tu me esperando no cais?
De braços cruzados, que mania...
Sempre querendo um tempo a mais
Talvez seja, depois da saudade,
A minha maior agonia.

Agonia de não te ter por perto.
Agonia dos minutos que faltavam lhe ver.
Agonia do amor incerto.
Agonia do fim do entardecer.

Agonia de ti.
Agonia do que poderia ter.
Agonia do que poderia morrer.
Agonia do que perdi.

Agonia do que estaria por vir.
Agonia até de mim.

Mesmo agoniada, pergunto:
Próximo encontro, no cais
Na data marcada há tempos
No horário de sempre
Espera-me?

E, por favor,
Nada de braços cruzados
Combinado?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Vês?! Está No Silêncio

Descendo a nossa rua
Olho só uma vez para trás
Só conseguindo enxergar
O lustre.

Mas, o que me conforma
É que eu sei que
Ele está a olhar.

O que me prende
É que ele sabe
Como olhar.

Pode parecer estranho
Mas, está no olhar
Eu só não sei como
Explicar-lhe...

Sendo ridículo ou não
O medo de abrir os lábios
Para estragar o perfeito
Silêncio desse olhar...

Permaneço calada.
Vá que ele esteja a olhar...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nossa História À Possessão

Eu imagino nós tão longe.
Como eu sempre planejei
E deixei de planejar.
Tão nosso, tão como nos filmes.

Imaginando os mesmos sussurros
Os mesmos beijos e afagos
As mesmas clássicas músicas
O mesmo destino?! Destino...

Nosso destino jamais existiria
As viagens são os meus sonhos
Que tenho toda noite.

Minto, são raras as vezes
Que tenho os melhores sonhos
Como o que sussurrei para ti
O medo de que os outros
Também viajem sonhando
É enorme, meu amor.

A nossa história jamais
Foi como nos filmes
A nossa história jamais irá ter
Aquela doce sinfonia perfeita.

Nossa história nunca aconteceu
Quiçá acontecerá.

Nunca houve nossa
Sempre fiquei na possessão
E na solidão do minha.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Antes Que Seja Tarde

Bom, eu já não sei mais definir
O que é certo e errado
O que é belo e vulgar.

Eu estou confusa o suficiente
Para não entender
O suficiente para não
Fazer-me entender.

Tampouco para querer
Achar respostas
Para as mesmas perguntas
Que não faz muito que se fez agora.

Me deixe só
Antes que seja tarde
Me deixe assim
Pois, às vezes, parece que
Eu cuido melhor de mim.

Me deixe só
Ouvindo Especially in Michigan
Como antigamente
Só que dessa vez, só.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Hard To Concentrate

É automático.
Eu ouço os primeiros acordes
Da nossa música
E penso em todos os jeitos
Que tu julgas possíveis.

Os jeitos mais esdrúxulos
Mais perfeitos que cometi
Perdendo-te.

É magia.
Foi grãos de areia escorrendo
Em minhas mãos.
Justo eu, que cuido tão bem
Do que me tem e convém.

Os erros mais incoerentes
Mais incertos que cometi
Perdendo-me.

É temporário.
A sua voz vem volta e meia
Assombrar-me e confortar-me.
É possível esse paradoxo?

Os acertos que tu não enxergas
Mais certos que foram suficiente para
Perder a razão.

É concentração.
Ou, é a falta de.
Eu sei, meu amor,
Mas, essa era vai passar.
Eu também sei o quanto 
É difícil de concentrar.