domingo, 27 de setembro de 2015

ordinary madness

so please try to understand that
i'm just a poor girl
i'm miserable without you
i don't need your coins
so please leave me alone

i'm not begging your pardon
i'm just a fool, but who cares?

try to forget all the things i told you
because i'm a sick person
and i don't know what i'm saying
thanks to you

i don't belong in here
here where you call "love"
here where i call "madness"

you drive me crazy
so crazy that i'm feel dead now

but please don't bother to go to the funeral
just send me a few lilies


domingo, 17 de maio de 2015

O teu all star azul combina com minha bota de cano alto

Oi. Desculpa estar te acordando no meio dessa madrugada abafada de março, ter pulado tua janela e bater no vidro adesivado, é que eu precisava te dizer que daqui há exatos 23 dias a gente vai se conhecer. Eu vou chegar em ti como quem não quer nada e quer tudo. Vou falar um "oi" toda envergonhada e vou pensar "finalmente te encontrei" e depois suspirar quando estiver voltando pra casa no fim da noite. Vou inventar motivos estapafúrdios pra te encontrar e conversar. Te dizer que eu gosto de música boa e que tenho sono com cinema mudo (na verdade, irás descobrir depois que pego no sono em qualquer cantinho). Vou limpar teus óculos imundos. Vais tentar me ensinar a tocar violão. Vou fazer lasanha e tu vais repetir. Vou te mostrar o Azul. Vou te dizer que a minha paixão é a literatura portuguesa e que Fernando é o meu Sebastião. Nem vou precisar dizer, afinal, já vais perceber que prefiro gatos a cachorros, doces a salgados, teu beijo a qualquer outro que já degustei. Vou te pedir pra cortar o cabelo umas cinquenta vezes ao mês. Vais fazer uma massa insossa e eu não vou repetir. Vou te dizer que te amo depois de um tempo bom. Vou te ensinar a ler do meu jeito. Vais desmaiar em cima de mim. Vou saber que te amo quando estivermos ouvindo música popular brasileira. Vais me fazer provar quindim e vou te odiar por isso, mas calma, não vou te bater (na verdade, deveria ter batido). Vou desmaiar em cima de ti. Vou pintar o teu nariz com aquarela. Vou te acordar no meio da madrugada. Vou te incomodar. Vou te pedir pra carregar minha mochila (mesmo que ela só tenha dois livros e o cartão do ônibus). E o melhor de tudo é que a Capital ainda é nosso lugar, onde a gente se conheceu e volta pra matar a saudade dos tempos da La Bodeguita. Vamos fazer uma música juntos sobre o primeiro poeta que falamos quando conversamos e da nossa Capital. Vamos andar nas noites congelantes de agosto, tu tremendo de frio segurando as minhas botas de cano alto e eu com o teu All Star azul e com teu casaco. Vamos ir no São Pedro e eu vou ter a certeza de que como Clarice, se eu acredito, os anjos existem: achei o meu.

"Porto Alegre sem você é um quintanar."