segunda-feira, 30 de junho de 2014

Astrolábio

astrolábio.
era o que o professor havia escrito no quadro.
pensei cá comigo, o que significaria astrolábio.

algo com astros claro, mas teria relação com teus lábios? penso que como ainda não sei o que quero fazer da vida, faria astrolabismo, ou ciências astrolábicas.
dedicaria minha vida inteira a ciência que estuda os teus lábios e seria doutor, phd nisso, mesmo sem nunca os ter tocado. saberia definir todas as linhas da tua boca bem desenhada.
poderia falar horas sobre a maciez, que me lembra um algodão umedecido. sobre como fica escarlate quando tu passa aquele batom cuidadosamente no espelho. e como deve ficar ainda mais lindo, quando alguém te beija devassadamente. como eu queria te beijar loucamente.
passar meus dedos nas linhas de tua boca, pra sentir se aquilo é deveras real. se não estou sonhando, como muitas vezes já sonhei.
tentaria tecer mil hipóteses de o porquê quando nervosa, morde o lábio inferior com tanta força, que chega a sangrar, muitas vezes.
pensaria que tu como deusa astrolábica, ficaria impassível a qualquer tipo de mau hálito. falaria que de tão doces que são teus lábios, teriam gosto e aroma de framboesa fresca, sem mesmo não ter passado qualquer recurso labial, o famoso gloss que vocês mulheres vivem passando.
fico pensando que teus lábios jamais ficariam sequer secos no verão, pois são tantas outras bocas que te querem, que só com o pensamento de um beijo já lubrificam teus lábios.

''alguém de vocês sabe o que é astrolábio?'' permaneço-me calado. permaneço ainda sem saber o que é de fato astrolábio. permaneço sem saber bulhufas de história geral. permaneço sem teus lábios.